O Legado de Og, o Gigante

Um fugitivo trouxe a notícia para Abrão, o hebreu, que morava nos terebinths de Mamre, o amorita, parente de Eshkol e Aner, sendo estes aliados de Abrão. Gên. 14:13

Nos antigos escritos da Torá, encontramos menções a personagens fascinantes e misteriosos. Um dos mais intrigantes é Og¹, referido por muitos como um gigante sobrevivente do Dilúvio. Mas quem realmente foi Og e qual sua relevância?

A narrativa bíblica descreve que, após o Dilúvio, Og foi o único sobrevivente dos gigantes, também conhecidos como Refaim². Esta façanha de sobrevivência não foi um mero acaso. Segundo relatos, Og agarrou-se a uma das saliências da Arca de Noé, prometendo servidão a ele em troca de sua vida³. Em reconhecimento à sua súplica, Noé providenciou alimento para Og. Mesmo com as águas tumultuadas ao redor, uma intervenção divina manteve a região próxima à Arca mais calma, permitindo a Og sobreviver⁴.

Entretanto, surgem questionamentos sobre a linhagem de Og. Gur Aryeh sugere que o Og que informou Abraão sobre o sequestro de Ló não foi o mesmo que sobreviveu ao Dilúvio, mas seu descendente⁵. Este conceito se alinha à tradição de que títulos ou nomes, como o de Faraó no Egito, eram passados de geração em geração⁶.

O que podemos aprender com a jornada de Og? Ele, inicialmente um gigante temido, transforma-se em um símbolo de resiliência e redenção. Independentemente da adversidade, há sempre uma oportunidade para a mudança, para o arrependimento e para encontrar nosso propósito divino.

Ao refletirmos sobre a vida de Og, somos lembrados de que, mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras, existe uma centelha divina que nos guia. Assim como Og teve sua segunda chance ao se apegar à Arca, cada um de nós tem o potencial de se reerguer, renovar e trilhar um caminho de luz.

Uma Jornada entre a Maldição e a Redenção

A Força Espiritual Contra Tentações Físicas

A Torá nos conta sobre a existência de gigantes, um ser de tamanho e força incomparáveis. Porém, mesmo com sua imensa presença física, ele foi derrotado por Moshe e também pelo Rei Davi, homens de grandeza espiritual. Por que as histórias das batalhas contra os gigantes são importantes e trazidas pela Torá? Porque ensinam uma lição profunda sobre a eterna luta entre o físico e o espiritual.

Todos nós, em nossas vidas, enfrentamos tentações. Estas tentações são como gigantes, poderosas e, muitas vezes, parecem insuperáveis. No entanto, assim como Moshe e David usaram suas forças espirituais para vencer os gigantes, nós também podemos recorrer à nossa fé e convicções para superar os desafios que a vida nos apresenta.

A idéia principal não sugere que devemos rejeitar nosso corpo ou suas necessidades. Pelo contrário, ela ressalta a importância de valorizá-lo e cuidar dele. No entanto, é crucial equilibrar nossas necessidades físicas com nossas aspirações espirituais.

Nem a alma pode agir sozinha, nem o corpo pode alcançar alturas espirituais por conta própria.

A verdadeira força não se encontra apenas em nossa capacidade física, mas em nossa capacidade de equilibrar o físico com o espiritual. Ao enfrentar tentações e desafios, lembre-se de que sua força interior, sua fé e convicções, podem guiá-lo para a vitória. O equilíbrio entre corpo e alma é o segredo para uma vida plena e significativa.

Referências:

  • 1. Gênesis 14:13

  • 2. Gênesis 6:11

  • 3. Pirkei D’Rabbi Eliezer

  • 4. Zevachim 113b

  • 5. Gur Aryeh

  • 6. Ralbag (Yehoshua 10:1)